Antes do séc. XVIII, o jardim era designado por “Jardim Ninho dos Pombos Brancos”. O Jardim Luís de Camões situa-se numa colina conhecida no início por “Colina Fénix”, devido às árvores (Delonix regia) que ali existiam anteriormente e que eram originárias de Malaca. Estas árvores foram introduzidas em Macau por um comerciante português.
O Jardim Luís de Camões tem uma história longa tendo sido criado em meados do século XVIII como jardim da mansão do rico comerciante português D. Manuel Boaventura Lourenço Pereira. Mais tarde, foi alugado à Companhia das Índias Orientais para instalação da sua sede e de um viveiro de plantas. No início do século XVIII, o genro do comerciante Lourenço Caetano Marques herdou a mansão. Lourenço Marques gostava de pombos e tinha uma criação na sua mansão, sendo por essa razão que este jardim era regularmente sobrevoado por centenas destes pássaros. Em 1849, este comerciante financiou o fabrico e a instalação dum busto do grande poeta português Luís de Camões numa gruta de pedra que se encontra no jardim, em homenagem ao grande poeta que tinha vivido em Macau e aqui completado parte da sua obra-prima Os Lusíadas. Em 1885, a propriedade foi vendida ao Governo de Macau e transformada em jardim público.
O cemitério e a “Capela Morrison” foram construídos em 1821, adoptando esta o nome de Robert Morrison (1782-1834), considerado o primeiro missionário Protestante na China, autor do primeiro dicionário Chinês-Inglês e a quem se deve a primeira tradução da Bíblia para chinês. Tendo contrato de trabalho com a a Companhia das Índias Orientais, aquando da morte de sua esposa, Morrison solicitou à Companhia que adquirisse um terreno do Governo para viabilizar o seu uso como cemitério. George Chinnery (1774-1852), importante artista Inglês, que residiu em Macau durante mais de 20 anos, também se encontra aqui sepultado, juntamente com outras figuras proeminentes da época, incluindo Robert Morrison, Anders Ljungstedt (1759-1835), primeiro Cônsul da Suécia na China e vários oficiais da Companhia Inglesa das Índias Orientais. Este cemitério constitui igualmente um legado histórico de especial significado relativamente ao período anterior ao estabelecimento de Hong Kong em 1842, com a comunidade Inglesa a residir primeiramente em Macau.