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Templo de Lin Fong

Localizado no sopé norte da Colina Mong Há, o Templo Lin Fong é composto por um grande e magnífico pátio com três vãos, cada um com três salões. Ao lado do templo situam-se a Clínica Beneficente de Medicina Tradicional Chinesa Lin Fong, a Escola Lin Fong Pou Chai e o Museu Memorial Lin Zexu. A cumeeira da fachada do templo é decorada com padrões tradicionais huiwen, com motivos vermelhos e pretos decorados sob os beirais, conferindo-lhe um ar de dignidade e elegância.

 

Em 1723, foi construído no sopé da Colina Lin Fong o Templo Cihu, antecessor do Templo de Lin Fong. No período Jiaqing (1796-1820) da dinastia Qing, a estrutura passou a ser designada de Templo Lin Fong. Por estar perto das Portas do Cerco, os portugueses chamavam-lhe “Pagoda da Porta do Cerco” e situava-se no istmo que originalmente ligava o Continente à Península de Macau, por onde todos os funcionários, negociantes e civis tinham de passar quando atravessavam a fronteira. Os viajantes de barcos podiam também desembarcar em frente ao Templo Lin Fong, que servia não só como local de culto, mas também como ponto de encontro de comerciantes e ainda local de pernoita, para os funcionários chineses que visitavam Macau em serviço. No exterior do templo há um amplo átrio  com dois mastros de pedra. Em Macau, apenas o Templo de Lin Fong e o Templo de A-Má têm este tipo de mastros, o que mostra a sua proeminência.

 

Macau foi um importante entreposto comercial que também apoiou os interesses e funções da Alfândega de Guangdong (com sede em Guangzhou) durante a dinastia Qing, servindo como porto de trânsito para os navios do Ocidente que comerciavam com a China. Os navios de carga de Fujian e Guangdong também faziam escala frequente em Macau para comércio, e os mercadores chineses confiavam na sua devoção a determinadas divindades para assegurar a sua segurança no mar. A renovação e ampliação do Templo de Lin Fong ao longo dos tempos, fez-se não só com donativos do povo, mas também com o apoio de comerciantes e oficiais do governo, demonstrando claramente o papel fundamental deste templo no contexto da Rota Marítima da Seda.

 

Lin Zexu, um famoso comissário imperial que liderou a campanha contra o ópio, fez uma visita de inspecção a Macau em 1839, juntamente com Deng Tingzhen, governador-geral de Guangdong e Guangxi, durante a qual se encontraram com funcionários portugueses no Templo de Lin Fong, declarando a proibição do ópio. Em 1844, Qiying, também comissário imperial e governador-geral de Guangdong e Guangxi, visitou duas vezes Macau para negociações com os Estados Unidos e a França, tendo pernoitado no Templo de Lin Fong. Em 1849, sete aldeões da aldeia de Long Tin, em Macau, incluindo Shen Zhiliang, mataram o governador de Macau, João Maria Ferreira do Amaral, perto do Templo de Lin Fong, num acontecimento dramático na história das relações sino-portuguesas. No local foi colocada uma pedra o brasão das armas de Portugal em memória do evento.

 

O templo possui o maior número de estelas com inscrições gravadas em Macau, bem como uma rica colecção de esculturas em pedra, decorações em gesso, esculturas em tijolo e outros artefactos, todos intimamente relacionados com as actividades marítimas e comerciais de Macau. Por isso, ocupa um lugar de destaque na Rota Marítima da Seda em Macau e na história moderna da China.

 

 

Endereço
Avenida do Almirante Lacerda (Obter direções para este local)
Informação Aberta
07:00 - 16:30
Classificação
Bens imóveis classificados - Monumentos
Atualização:2024/05/13