O edifício onde está instalada a Associação do Clã de Ho de Macau situa-se no nº 35 da Rua de S. Paulo. Os registos indicam que já havia um edifício neste local em 1885. No início do século XX, o edifício albergou o “Chinese Club” operado pelos portugueses. A fachada principal do edifício, de dois pisos, apresenta um desenho neo-mouriscos, com duas arcadas sobrepostas, compostas por arcos em forma de ferradura, separados por colunas, e elementos decorativos geometrizados. Originalmente existia uma escadaria no pátio da frente, que conduzia directamente ao segundo andar.
A Associação do Clã de Ho de Macau, criada para unir o dito clã em Macau, foi fundada em 1933. Em 1955, a associação comprou todo o imóvel do nº 35º da Rua de S. Paulo para servir como sede e para fins educativos. Com o apoio do presidente e do primeiro director, o Sr. Ho Yin, foi criada a Escola Sung I. Com o aumento do número de alunos, a escola abriu uma filial na Rua de Tomás Vieira e adquiriu o nº 13 da Travessa da Paixão, um edifício vizinho, para servir de edifício escolar, ao passo que o pátio da sede da associação servia como recreio da escola. Além de providenciar educação primária durante o dia, a Escola Sung I também oferecia cursos nocturnos gratuitos. A escola cessou a sua actividade no ano lectivo de 1970-71. Posteriormente, as instalações foram emprestadas à Escola Secundária Kwong Tai durante o dia e à Escola Secundária Nocturna Seong Fan à noite, até 2002, quando ambas as escolas se mudaram para outro local. Posteriormente, o local foi utilizado como parte do campus da Escola do Santo Rosário até 2010.
Na década de 1950, Macau acolheu um elevado número de migrantes da China Continental, e a disponibilização de educação para os filhos destes migrantes tornou-se premente. Para enfrentar esta situação terrível, muitas organizações patrióticas, associações laborais e de clã decidiram operar escolas, sendo a Escola Sung I um exemplo inicial de uma associação de clãs. Estas escolas, total ou parcialmente gratuitas, contribuíram para a estabilidade da sociedade de Macau e para o desenvolvimento contínuo da educação básica.
Em 2010, o Instituto Cultural de Macau realizou trabalhos de restauração no edifício e nº 13 da Travessa da Paixão, durante os quais foram descobertos restos arqueológicos de diferentes períodos, incluindo secções de paredes de chunambo e paredes de pedra.