Trabalhos Arqueológicos

Sítio do Colégio de S. Paulo

No final da década de 1980, o antigo governo Português de Macau descobriu vestígios arqueológicos nas Ruínas de São Paulo, durante um projecto de investigação realizado no local. Entretanto, ficou decidido que o Museu de Macau seria construído na Fortaleza do Monte, o que motivou também em dois projectos de escavação no local, entre 1990 e 1992 e entre 1995 e 1996, respectivamente. As escavações não só desenterraram um grande número de antiguidades, como também descobriram vestígios arqueológicos pertencentes ao antigo Colégio de S. Paulo, incluindo as fundações da antiga igreja matriz, o altar do Espírito Santo, a capela e localização das galerias do coro-alto, bem como os vestígios das paredes do antigo colégio, pátios, corredores, a ala sul e valas de drenagem, constituindo importantes testemunhos arqueológicos para a identificação da planta original e reconstituição do programa funcional do antigo Colégio e Igreja de S. Paulo.

Entre 2010 e 2012, em consonância com um estudo de desenvolvimento abrangente liderado pelo governo para a área em redor das Ruínas de São Paulo, o Instituto Cultural de Macau convidou arqueólogos da China Continental para realizar o “Projecto de Investigação Arqueológica e Escavação das Ruínas de Colégio de S. Paulo” na zona Leste das Ruínas de S. Paulo, na Rua de D. Belchior Carneiro. A escavação foi frutífera e permitiu a descoberta de vestígios das paredes do antigo colégio, incluindo as fundações das paredes de pedra da igreja e um grande fosso. Através da comparação com mapas históricos e investigação in loco do que restou das muralhas, estes três trabalhos arqueológicos determinaram a delimitação da área do sítio do Colégio de S. Paulo, antes do incêndio de 1835, e forneceram pistas importantes sobre a evolução da arquitectura e área de implantação do Colégio.

O grande número de fragmentos de porcelana e materiais de construção desenterrados na área do poço, incluindo uma grande quantidade de porcelana Kraak (Kraakporselein) para exportação, datada do final da dinastia Ming e início da dinastia Qing (segunda metade do século XVI até meados do século XVII), juntamente com outros vestígios que foram desenterrados em diferentes partes de Macau desde a década de 1990, também oferecem importantes provas arqueológicas de Macau ter sido um importante porto e centro mercantil no contexto da Rota Marítima da Seda da época.