Património Cultural Intangível

Confecção de Pastelaria Chinesa

Apresentação:

Por pastelaria Chinesa entende-se todo o tipo de pastelaria confeccionada através de métodos tradicionais Chineses, em contraposição à pastelaria ocidental. Com o passar do tempo assistiu-se à introdução na cultura local de novos gostos e apetites. Porém, as características da pastelaria Chinesa e as suas raízes populares permaneceram inalteradas, continuando a fazer-se uso de ingredientes simples e caseiros, tais como, ovos, farinha, banha de porco, queijo vermelho de soja e pasta de sementes de lótus. A pastelaria tradicional Chinesa pode ser subdividida em pastéis, biscoitos e bolos, sendo grande parte dela feita de aglomerados de massa de farinha, que são recheados e depois levados ao forno para cozer. Entre os exemplos de pastelaria Chinesa mais comuns em Macau contam-se os biscoitos de amêndoa (xingren bing), os bolinhos de açúcar branco (guang su bing), os folhados de frango (ji zei bing), biscoitos de noz (he tao su), a chamada torta da esposa (lao po bing), biscoitos com sabor a carne (rou qie su), pastéis em forma de abalone (baoyu su), rolos de fénix (fenghuang juan), bolinhos de xadrez (qizi bing), bolo de banana (xiangjiao gao) e torrões de amêndoa (huasheng tang). Antigamente, numa altura em que a pastelaria ocidental não era ainda muito popular, os pastéis Chineses podiam ser vistos nas janelas das cozinhas das principais casas de chá e restaurantes, sendo aí colocados com o objectivo de atrair clientes. Este tipo de pastelaria era também comum por ocasião de noivados e casamentos, sendo também usual como oferenda em cerimónias tradicionais, constituindo assim uma parte importante dos costumes locais e da cultura gastronómica e cerimonial de Macau.

Estado de preservação:

Muitas das actuais pastelarias existentes em Macau descendem de antigas casas de chá ou cafés que produziam pastelaria tradicional Chinesa. As décadas de 1970 e 1980 foram o período áureo da pastelaria Chinesa em Macau, com os tradicionais métodos de fabrico a darem lugar a uma produção mais mecanizada. No entanto, algumas lojas mais antigas e tradicionais utilizam, ainda hoje, fornos a carvão e métodos manuais no fabrico da pasta de sementes de lótus, no trabalho de preparação da massa crocante e no enchimento dos pastéis. O avanço da mecanização e a crescente competição no domínio destas lojas trouxeram, porém, novos desafios para a continuidade da pastelaria Chinesa e a transmissão das técnicas mais tradicionais.

Valor patrimonial:

A pastelaria tradicional Chinesa possui uma tradição milenar, sendo repleta de características regionais. As suas técnicas de confecção constituem um testemunho importante sobre a herança e o desenvolvimento da cultura gastronómica Chinesa em Macau. A peculiaridade, variedade e aplicação destas técnicas, com todas as mudanças ocorridas na indústria, são de grande valor para o estudo da cultura gastronómica local, bem como para o estudo da própria evolução de Macau, assim como dos usos e costumes da comunidade local.