O Templo de A-Má, também conhecido como Templo da Barra, é um dos três templos mais antigos de Macau. Situa-se no extremo sudoeste da Península de Macau, tendo sido construído contra uma falésia da Colina da Barra e voltado para o mar. Antigamente, os barcos podiam atracar mesmo em frente do templo. Originalmente construído em meados da dinastia Ming, o Templo de A-Má passou por construções e restauros adicionais, até adquirir a escala e o estilo actuais, já no final do período Qing. Existem mastros de pedra em frente do templo. A arquitectura geral do Templo de A-Má está integrada na paisagem natural da Colina da Barra, incorporando a característica de harmonia com a natureza, que é típica da arquitectura religiosa chinesa.
Mazu (também conhecida como A-Má) é uma das divindades mais veneradas das crenças tradicionais chinesas locais. Originalmente conhecida como Lin Moniang, Mazu era adorada como a padroeira protectora dos navegantes. No início da dinastia Qing, foi reconhecida com o título de Imperatriz Celestial. O culto de Mazu difundiu-se com as actividades marítimas, e a deusa também foi venerada com a designação de A-Má. Durante a dinastia Ming, Macau era conhecida como a “Baía de A-Má”, sugerindo que a crença e os costumes de A-Má já se tinham espalhado pela região. Em meados do século XVI, os portugueses desembarcaram em Macau perto do Templo de A-Má, e acredita-se que o nome português da cidade, “Macau”, está relacionado com o culto de A-Má. O Templo de A-Má é efectivamente o templo mais antigo de Macau, de acordo com provas físicas encontradas no local, apresentando assim testemunho concreto sobre as actividades religiosas do povo chinês que estava envolvido no comércio marítimo ao longo da Rota Marítima da Seda, desde os tempos mais primordiais, ao mesmo tempo que é também um dos marcos mais icónicos da cidade.
Hoje em dia, existem ainda duas pedras esculpidas com as imagens de navios no Templo de A-Má. Segundo a lenda, durante o período Wanli da dinastia Ming, um navio mercante de Fujian foi apanhado por um tufão no mar perto do Templo de A-Má, e perante tal perigo A-Má desceu de repente, pairando perto da montanha, acalmando o vento e as ondas. O navio sobreviveu o desastre e, para agradecer a A-Má, os mercadores construíram um templo para a venerarem e mandaram esculpir na pedra um navio, com a inscrição “Li She Da Chuan” (navegação segura no mar) para louvar o milagre da deusa. As pedras ilustram o desejo do povo de navegar com segurança e superar os obstáculos no mar e são um testemunho dos primórdios das actividades marítimas em Macau. O Templo de A-Má também conta com cerca de 24 esculturas em pedras de penhasco, a maior parte das quais com inscrições de intelectuais e altos funcionários, que foram feitas durante as suas visitas na dinastia Qing. Estas inscrições em pedra descrevem a paisagem de Macau no sul da China e a sua rica vida cultural, constituindo dados históricos valiosos para o estudo das transformações históricas de Macau desde meados e até o final da dinastia Qing, apresentando também testemunho sobre as interacções cordiais entre os intelectuais daquele período.
Todos os anos, na Celebração de Mazu (Festival de Tin Hau), no 23º dia do 3º mês lunar, tanto os pescadores tancareiros, como os residentes em terra firme organizam espontaneamente rituais de oração, com actividades que incluem venerar os deuses e solicitar donativos. A praça em frente ao Templo de A-Má é decorada com lanternas e enfeites, e fazem-se rituais em honra dos deuses, sendo também montado um palco provisório de bambu para espectáculos de Óperas Tradicionais Chinesas para Divindades, que por essa razão são designadas de “Actuação na Água e na Terra”. O culto de Mazu está enraizado em Macau há séculos, e com as Crenças e Costumes de Mazu sempre presentes, o festival é uma celebração folclórica importante e de grande alcance em Macau.