Património Cultural Intangível

Fabrico e Pintura de Azulejos Portugueses

Apresentação:

O fabrico e pintura de azulejos Portugueses, cuja designação deriva do árabe az-zulayj, (significando “pequenas pedras polidas”), foi originalmente desenvolvido por povos Muçulmanos, durante a Idade Média.  Trata-se assim de uma técnica de azulejaria que foi mais tarde empregue em larga escala pelos portugueses para decorar paredes de edifícios, criando assim padrões geométricos, desenhos de inspiração vegetal e representações figurativas. Nos finais do século XVII, a influência da porcelana azul e branca Chinesa fez com que as pinturas em azul sobre um fundo de azulejo branco se tornassem gradualmente mais populares, acabando por ser uma técnica que foi assimilada na azulejaria portuguesa, que passou também a incluir temas históricos e religiosos. O fabrico e pintura de azulejos Portugueses refere-se assim à aplicação de pintura para desenhar livremente padrões decorativos em quadrados de cerâmica crua, que são em seguida colocados num forno e cozidos durante 8 horas a cerca de 1000-1100 ℃, variando assim a tonalidade dos resultados, de acordo com a forma como os pigmentos são aplicados e dependente do tempo de cozedura que se permita até à fixação final das cores. O último passo consiste em juntar as peças para obter uma imagem compósita, ou padrões específicos, conforme a concepção que se pretenda. 

Estado de preservação:

Influenciados pela cultura Portuguesa, algumas placas de rua, igrejas e fachadas de edifícios em Macau integram azulejos antigos pintados ao estilo Português, sendo elementos muito populares no território. Actualmente, existem ainda artesãos envolvidos na criação de azulejos Portugueses e na organização de workshops, notando que as técnicas da azulejaria são também utilizadas no desenho de elementos modernos e de lembranças de Macau.

Valor patrimonial:

O fabrico e pintura de azulejos é uma arte tradicional da cultura portuguesa, que em Macau encontrou oportunidade para se desenvolver e consolidar. Embora esta indústria tenha mantido os seus estilos e técnicas tradicionais, passou também a integrar em Macau, diversas características, elementos e padrões locais, tornando-se num produto artístico que revela também a coexistência pacífica entre as culturas Chinesa e Portuguesa. A preservação e a transmissão dos processos de produção e de pintura de azulejos portugueses reflectem igualmente a herança e a interpretação da arte e cultura portuguesas, no contexto da comunidade local, sendo um bom exemplo da multiculturalidade de Macau e da diversidade que existe nos elementos decorativos do espaço urbano da cidade.