Património Cultural Intangível

Oferenda de Sacrifícios ao Tigre Branco no Dia do Despertar dos Insectos

Apresentação:

Jingzhe, significa literalmente o “despertar dos insectos”, sendo um dos 24 momentos solares chineses que calha no quinto ou sexto dia do terceiro mês lunar. Trata-se de  uma altura do ano em que o tempo aquece e a natureza parece ganhar uma nova vida, com um efeito semelhante a uma trovoada de primavera que, derepente, acorda todos os insectos. A maioria do povo Chinês local vai aos templos ou aos altares de Tou Tei para fazer oferendas de sacrifícios ao tigre branco, no chamado dia de Jingzhe. Reza a lenda que o tigre branco é o rei dos animais e consegue exorcizar pestes. Acredita-se que a  adoração do tigre branco pode trazer às pessoas, ou membros da família, segurança e paz, afastar o azar e a doença, prevenir desastres e resolver dificuldades. Além do costume de se fazerem oferendas de sacrifícios ao tigre branco, existem outros rituais populares que são também efectuados no dia do dia de Jingzhe, incluindo a chamada “caça ao vilão” e o “convite aos deuses”.

Estado de preservação:

O costume popular de oferecer sacrifícios ao tigre branco originou em Guangdong, sendo sobretudo praticado nos templos de Tou Tei de Macau, bem como em pagodes e altares dedicados a Tou Tei e a Seak Kam Tong (tabuletas de pedra) que existem em vários locais de ruas públicas. Entre os templos locais aonde se realizam os sacrifícios simbólicos, o Pagode Seak Kam Tong Hang Toi é o mais popular. Os devotos  geralmente usam papéis amarelos pintados com tigres para as referidas cerimónias de sacrifício simbólico.

Valor patrimonial:

A oferenda de sacrifícios ao tigre branco, no chamado dia do despertar dos insectos, é um costume tradicional e uma prática religiosa com características locais. A preservação desta tradição demonstra o entendimento e a percepção dos devotos chineses sobre a natureza e sobre o calendário lunar. Esta tradição é também um testemunho importante sobre a permanência da cultura tradicional chinesa em Macau. A forma como esta tradição é praticada é também um bom exemplo da diversidade cultural dos costumes populares de Macau. Trata-se também de um costume com um valor significativo para o estudo da cultura popular local.